Na segunda-feira (08/04/2013) o ministro dos Esportes Aldo Rabelo (PC do
B) foi o convidado do programa Roda Viva da TV Cultura. Os ânimos se acirraram
quando o comentarista dos canais ESPN Mauro Cézar Pereira levantou algumas
questões pertinentes, gerando revolta em certas cidades. Com muita propriedade
e competência os jornalistas da emissora citada aliam os assuntos esportivos
aos políticos, nos quais os torcedores brasileiros não estão acostumados com
essa metodologia de transmissão.
Os torcedores adoram ouvir o que lhes é conveniente e é isso que faz a
maioria dos canais esportivos do país. Discutir o ônus que essa Copa trará para
a população não está no roteiro dessas emissoras, que, muitas vezes, são
subsidiadas pelos promotores desses eventos.
O amazonense não deve se ofender com as declarações de Mauro Cézar, mesmo
porque sabemos que nós amamos futebol. Não tenha dúvida que os jogos na Arena
da Amazônia terão grandes públicos e que o estádio será entregue a tempo.
Faltando pouco mais de um ano para a Copa, que medidas, referentes à melhoria
do futebol local, foi tomada por políticos e empresários que estão se
beneficiando com essa obra faraônica? Que obra foi feita pelo governo para
melhorar o trânsito e a vida das pessoas em torno do estádio? Vou me adiantar e
responder as duas perguntas. Nada foi feito.
A reforma do Maracanã já beira um bilhão de reais e mesmo assim outras
obras serão exigidas para as Olimpíadas. Os estádios de Cuiabá, de Brasília, de
Pernambuco e de Manaus serão “elefantes brancos” sim. Arenas dessas
envergaduras necessitam de grandes eventos o ano todo para suprir os altos
gastos. Mas, como àqueles que estão no poder preferem justificar com evasivas, vamos acreditar que “nossa” Arena da Amazônia servirá para engrandecer nosso
futebol. Servirá para sediar os jogos do Peladão. Ou servirá para sediar as
apresentações de Garantido e Caprichoso.
Infelizmente é mais cômodo ouvir os comentários “patrióticos” de Galvão
Bueno e sua turma global. É mais cômodo e oportunista acusar Mauro Cézar de
preconceituoso. Enfrentar esses problemas e prestar contas com a população não
estão nos planos dos promotores da Copa.