1. Implantação da
Capitania
* Francisco
Xavier de Mendonça Furtado (governador e capitão-general do Grão-Pará e
Maranhão) insistia na criação de um novo governo na Amazônia
- Justificativa: Distância,
que fazia com que as providências chegassem sempre tarde; Facilitar a vida
política e econômica da população; Favorecer a civilização dos índios
- O governador
queria acompanhar de perto a ação dos missionários (jesuítas), que eram
suspeitos de agirem contrários aos interesses da Coroa Portuguesa
* A Capitania de
São José do Rio Negro foi criada pela Carta Régia de 3 de Março de 1755
- Capital: São
José do Javari
- Primeiro
Governador: Joaquim de Melo e Póvoas (1758)
* Antigos
aldeamentos missionários tornaram-se Vilas ou Lugares
- Missão de Nossa
Senhora da Conceição de Mariuá: Vila de Barcelos
- Missão de
Trocano: Vila de Borba
2. De Mariuá a
Barcelos
* Executadas
obras de infraestrutura
- Pontes ligando
bairros, Arruamento, Praças, Aterramentos de áreas alagadiças
* 1757: 2000
habitantes
* 1758: Passou a
se chamar Barcelos
* Barcelos ficou
como sede da Capitania do Rio Negro até 1791
- O governador
Manuel Lobo D’ Almada transferiu para a Barra do Rio Negro
- 1798: Barcelos
voltou a ser sede
- 1808: A sede
transferiu-se definitivamente para a Barra do Rio Negro
* 1669: Fortaleza
da Barra do Rio Negro
3. Economia e
Sociedade
* Extrativismo
Vegetal: Drogas do Sertão (exclusiva para exportação)
- Madeiras,
Cravo, cacau, baunilha, salsaparrilha, óleos, ervas
* Agricultura:
Café, tabaco, anil, algodão, cacau, arroz, milho, feijão, cana-de-açúcar,
mandioca (consumo interno)
- Café e anil:
Excedentes erram exportados para Belém ou Lisboa
* Motivos da
Débil Agricultura na Região
- Hostilidade dos
índios tribais (Muras e Mundurucus)
- Carência de
mão-de-obra indígena aldeada
- Mão-de-obra
aplicada na coleta das drogas do sertão
* Primeiros
ensaios de criação de gado bovino em Rio Branco
* Manufaturas:
Produção de manteiga de banha e ovos de tartaruga do Solimões; Indústria têxtil
em Barcelos; Olarias; Feituras de Cuias e Redes; Produção de Aguardente e
Farinha de Mandioca
* Essas
atividades não tornavam a Capitania autossuficiente
- Comércio em
larga escala envolvendo a Capitania, Belém e Lisboa
- Importavam
sabão, algodão, aguardentes e comestíveis
4. Índios, Negros
e Brancos
* Índios: Maioria
da população
- Índios aldeados
que eram considerados livres pelas leis pombalinas
* Negros:
Escravos e descendentes vindos da Costa da África, Cabo Verde e Angola
* Brancos:
Ex-soldados que vieram com as Comissões de Demarcações
- Alguns casaram
com índias e aproveitaram os benefícios que o Governo Português concedia
* 1760: 5 mil
habitantes
* 1796: 14232
habitantes
5. Demarcações
dos Limites da Amazônia Portuguesa
* De acordo com o
Tratado de Tordesilhas (1494) a maior parte da Amazônia pertencia à Espanha
* União Ibérica
(1580-1640): Portugueses penetravam na Amazônia
* Expedição de
Pedro Teixeira (1637-1639): Chegou a Quito viajando pela calha central da Amazônia
- Tomou posse da
região pela Coroa Portuguesa
* 1736: Já tinham
invadido e conquistado quase todo o imenso território amazônico
* Tratado de
Madri (1750)
- Reconheceu a soberania do Governo Espanhol
sobre a colônia de Sacramento e sobre a margem do Rio Prata
- Reconheceu a
posse da Amazônia e de Mato Grosso para Portugal
6. Expedição das
Demarcações
* Para essa tarefa Portugal
contratou engenheiros, cartógrafos, desenhadores, astrônomos, matemáticos na
Itália e Alemanha
- A esses se juntaram portugueses
(comissão de alto nível)
* As demarcações dos limites
foram demoradas
- Motivos: Conflito com jesuítas
(eram contra as demarcações), Guerras intertribais (dificultava o acesso em
algumas áreas), Demora na chegada dos demarcadores espanhóis
* As disputas, má vontade e
rivalidades entre os demarcadores portugueses e espanhóis anularam o Tratado de
Madri
* Tratado de Santo Ildefonso
(1777): Reconhecia os limites estabelecidos no Tratado de Madri
* Rivalidades entre espanhóis e
portugueses continuaram
- Tabatinga, pelo Tratado,
ficaria sob o domínio espanhol, mas os portugueses se recusaram a entregá-la
aos espanhóis
7. Viagem Filosófica
* Alexandre Rodrigues Ferreira
elaborou memórias sobre a fauna, flora e mineralogia da região
- Fez descrições das etnias
existentes na Amazônia
* Parte desse acervo amazônico
foi disperso quando as tropas de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal
* O material de pesquisa de
Alexandre Rodrigues encontra-se atualmente no Museu Laboratório Antropológico
da Universidade de Coimbra e na Biblioteca Nacional (RJ)
8.
Estado do Grão-Pará e Rio Negro e a Independência do Brasil
* 1822:
Constituía uma unidade político-administrativa da Coroa Portuguesa
- Era
uma outra colônia com o nome de Estado do Grão-Pará e Rio Negro
-
Composta por duas capitanias: Pará e Rio Negro
*
Durante o delicado processo político de independência do Brasil (1808-1822)
estabeleceram-se vínculos mais fortes entre os Estados do Brasil e do Grão-Pará
e Rio Negro
* Porém,
as autoridades do Grão-Pará continuavam recebendo ordens de Portugal, ignorando
D. Pedro I que se estabeleceu no RJ
* Esta
situação perdurou até agosto de 1823, quando as tropas de D. Pedro I
incorporaram a Amazônia ao Império do Brasil
* No
entanto, somente o Pará foi reconhecido como província
9.
Comarca do Rio Negro (1824-1833)
* A
região do Rio Negro (antiga Capitania do Rio Negro) recebeu um status inferior
(Comarca da Província do Pará)
*
Resultado: A incorporação da Amazônia portuguesa ao Brasil não alterou o
caráter subalterno do Rio Negro em relação ao Pará
* 1850:
Rio Negro passou à categoria de Província do Amazonas
* A
elite do Rio Negro teve de aceitar a condição de Comarca
10.
Movimento Autonomista do Rio Negro (1832)
* 1825:
A Câmara Municipal de Barcelos transferiu-se para a Barra do Rio Negro, gerando
conflitos
* 1828:
Para contornar a crise a Câmara voltou para Barcelos
* Alguns
políticos eram simpáticos à autonomia do Rio Negro, devido às dificuldades
encontradas pela administração provincial em resolver os conflitos entre as
autoridades
*
12/04/1832: Levante Militar na Barra do Rio Negro
- A
tropa que guarnecia a Comarca do Rio Negro rebelou-se contra o governo
provincial por falta de pagamento de salários
- O
coronel Felipe dos Reis, comandante da guarnição, ao tentar restabelecer a
disciplina, foi morto pelos soldados
- Os
soldados negociaram o pagamento dos soldos e restabeleceram a ordem
* O
episódio nada tinha a ver com as tentativas de autonomia, mas foi bem explorado
por esses grupos
*
Acontecimento que abriu caminho para as aspirações autonomistas
-
Membros dos poderes legislativo municipal e judiciário, ao assumirem a Comarca
em 1832, transformaram-na em Província e deixaram de lado a autoridade paraense
11.
Repressão do Governo Paraense
* O
Governo paraense enviou tropas para restaurar a legalidade e punir os
revoltosos
* A
repressão militar paraense foi violenta, pois os autonomistas não estavam
preparados
*
10/08/1832: As autoridades separatistas fugiram e suas decisões foram anuladas
* As
autoridades imperiais condenaram a atitude do povo da Comarca do Rio Negro,
taxando-os de criminosos
*
Somente a Assembleia Geral do Império podia decidir sobre a elevação ou não da
Comarca do Rio Negro à categoria de Província
12.
Comarca do Alto Amazonas (1833-1850)
* O
Lugar da Barra do Rio Negro foi elevado à categoria de Vila com o nome de
Manaus (tornou-se sede da Comarca)
* 1834:
Protestos em Manaus
-
População livre foi prejudicada porque o Governo Provincial retirou as moedas
de cobre, que eram o meio circulante mais comum na região
- Sua
Câmara Municipal manifestou-se favorável aos reclamantes, anulando a medida
13.
Cabanagem no Alto Amazonas (1836-1840)
*
Participantes: Classes abastadas, índios destribalizados, mestiços, brancos
pobres, negros, Mundurucus, Maués e Muras
* A
cabanagem representou uma oportunidade de mudança social revolucionária para as
condições regionais
*
Revolta Aberta: Setores populares tiveram que assimilar o discurso da elite e
reelaborar seus projetos para agirem de forma autônoma
*
Bernardo Sena, líder dos cabanos do Alto Amazonas, foi preso e depois libertado
pelos rebeldes do Baixo Amazonas
* Em
06/03/1836 os rebeldes dominaram Manaus e tomaram a Câmara
* Os
cabanos atacavam as autoridades provinciais, declarando-os culpados pelo atraso
da região
* Entre
março e agosto de 1836 os cabanos puseram na presidência da província Eduardo
Nogueira Angelim
*
Cabanos versus Cabanos: Disputa pelo poder
* Após a
morte de Bernardo Sena houve a desestruturação da ordem cabana
* Os cabanos
resistiram até 1840, assegurando-se do conhecimento que tinham das regiões e de
simpatizantes (índios e caboclos)
* Caio
Prado Júnior: “É ela um dos mais, senão o mais notável movimento popular do
Brasil”
14.
Amazonas Pós-Cabanagem
*
Amazonas vivia um caos econômico e administrativo
*
Possuía uma ampla zona de fronteira (propícia a penetrações)
* Eram
necessários cuidados especiais para manter a região como parte do Estado
Nacional brasileiro
*
24/10/1848: Assembleia Provincial Paraense elevou a Vila de Manaus à categoria
de Cidade
- Nossa
Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro
-
04/09/1856: A cidade passou a se chamar Manaus
15.
Imbróglio do Aniversário de Manaus
* 1669:
Fundação da Fortaleza de São José da Barra do Rio Negro
- Não
possui documento sobre data e mês; não há certeza sobre o ano
*
Confusão: Em 1969 as autoridades de Manaus festejaram os 300 anos da cidade
- Porém
em 24 de outubro de 1998 foi comemorado os 150 anos de Manaus
* As
datas são da fundação da Fortaleza da Barra do Rio Negro e da Elevação de
Manaus à categoria de cidade
* Obs: O termo "comarca" passou a ser utilizado para designar
as subdivisões administrativas e judiciais em que se dividiam as províncias e
que correspondiam, aproximadamente, às áreas dos atuais distritos administrativos.
Desde a divisão administrativa do país em distritos administrativos, levada a
cabo em 1835, o termo "comarca" passou a ser apenas utilizado para
designar as divisões judiciais correspondentes à área geográfica de jurisdição
de cada um dos tribunais judiciais de 1ª instância.
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