segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Nossa (In) dependência


     Todo dia 7 de setembro comemoramos a independência do Brasil. Esta ocorreu em 1822, mas as articulações para o acontecimento se acirraram, principalmente após a vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808, pois com a chegada dos nobres lusitanos a colônia brasileira passou a ter mais autonomia.
     As explicações para essa autonomia giram em torno da dependência política e econômica que os portugueses tinham com os ingleses. Com o intuito de não perderem sua parceria comercial com a Inglaterra, D. João e sua turma resolveram se alojar em sua principal colônia, já que os franceses os pressionavam após o Bloqueio Continental. Foi assim que a família real portuguesa, junto com mais ou menos 15 mil nobres, fugiu para o Brasil. A partir daí, o cotidiano e a vida política e econômica tupiniquim iriam mudar.
     Agora o povo da colônia tinha que aprender a se comportar perante uma família de nobres. Outra mudança foi a presença inglesa em nossa economia e nos rumos políticos do Brasil. Os ingleses passaram a ser os maiores beneficiados após os Tratados de 1810 e a Abertura dos Portos às Nações amigas. Afinal, os britânicos financiaram e apoiaram a vinda dos portugueses para cá. Acham que seriam de graça? Algo queriam em troca não acham? Vamos relembrar o contexto histórico do período.
     A revolução francesa mudou os rumos políticos da Europa durante o século XIX. O exército napoleônico invadia países ainda regidos pelo Antigo Regime e impunha os valores liberais e burgueses. Porém, os ingleses possuíam uma marinha poderosa e uma posição geográfica privilegiada, dificultando a penetração dos inimigos.
     Foi aí que Napoleão resolveu golpear a Inglaterra. O Bloqueio Continental, decretado por Bonaparte, impedia qualquer país Europeu de comerciar com os ingleses, cujo intuito era sufocar economicamente seu oponente.
     Então, o objetivo dos ingleses em apoiar a ida dos portugueses ao Brasil era simples. Visavam explorar economicamente a colônia de Portugal. Despejar seus produtos industrializados, favorecimento fiscal e matéria-prima abundante foram algumas das benesses que os britânicos receberam neste contexto.
     Durante toda a história do Brasil fizemos um papel de colônia. Primeiro pelos portugueses, depois pelos ingleses e agora somos alvo de multinacionais e banqueiros internacionais. Infelizmente, continuamos a padecer desse mal. A autonomia de fato está longe de acontecer devido às imposições do neoliberalismo. Somente com uma política séria, compromissada com as questões sociais poderíamos vislumbrar uma mudança a médio ou longo prazo.
     Num país que viveu sob o autoritarismo durante tanto tempo ainda não se acostumou com a democracia, porém a união dos três poderes impede qualquer reação das massas no Brasil, pois o corporativismo favorece as elites políticas desse país, portanto o que nos resta?
     Mesmo pagando impostos exorbitantes no Brasil, seus conterrâneos participam de forma inibida das decisões políticas do país. O sistema de saúde carece de enormes reformulações, já que não atende adequadamente a maioria da população. A minoria, que possui recursos financeiros, migra para o sistema privado, onde enfrentam inúmeros problemas, dependendo do plano. O sistema educacional é vergonhoso. Há anos que o país acumula insucessos nos diversos exames e mesmo assim as autoridades (in)competentes não enxergam que para promover o real desenvolvimento de uma nação é necessário investir em educação, para não se tornar dependente de países que exportam tecnologia. Enquanto isso escândalos de corrupção se proliferam e os poderes executivo, legislativo e judiciário atuam de comum acordo para a manutenção das instituições vigentes. O que há de democrático nisso tudo? É esperar pra ver o desenvolvimento dessa nossa (in)dependência.



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