sábado, 1 de dezembro de 2012

O Sucateamento de uma Categoria

     Certa vez encontrei um conhecido que não via há anos e este me perguntou o que eu fazia da vida. Disse que era professor, ele, prontamente, com um olhar de penúria, falou-me que admirava esses profissionais que lutavam pelo desenvolvimento de um país. Infelizmente é assim que somos vistos.
     Enquanto a Europa está mergulhada numa crise financeira grandiosa, o Brasil vive um eldorado econômico que não está sendo aproveitado por nossos gestores. Escândalos de corrupção escamoteando dinheiro público se alastram sem nenhuma punição verdadeira e verbas que deviam ser usadas no desenvolvimento do país são alocadas para negócios escusos.
     A história mostra como uma nação pode crescer. Temos muitos exemplos. Cuba, China, Coreia do Sul são apenas alguns modelos que deveríamos seguir no que se refere ao ensino. Esse crescimento só pode ser alcançado com uma educação de qualidade. É um projeto a médio ou longo prazo, porém nenhum governante tem essa iniciativa, pois são imediatistas. Sabem que a mudança pode ocorrer quando não estiverem mais no poder. Este é o retrato do Brasil. Um país governado por corruptos que legislam em causa própria, sem nenhum órgão que barre seus desmandos. Falar em desenvolvimento nessa conjuntura é, no mínimo, hipócrita.
     Parlamentares ganhando 14º e 15º salários e criando aumentos em seus rendimentos que beiram os 100%, cargos comissionados sendo criados para ocuparem vagas de concursados, sem falar na DRU (Desvinculação de Receita da União) são algumas anomalias dessa frágil democracia.
     Enquanto a educação não for tratada da forma que merece, sempre seremos essa colônia dependente. No Amazonas os professores são obrigados a elevarem os números fantasiosos dos nossos alunos analfabetos funcionais; temos uma alta carga horária, impossibilitando um trabalho mais sólido e, para completar, a atual gestão da Secretaria de Educação criou uma prova para reconhecer a promoção por tempo de serviço dos profissionais.
     Além de ilegal, essa prova é uma ingenuidade política. Os valores da promoção são irrisórios. Porque comprar briga com essa categoria tão sucateada? Até quando viveremos nessa ditadura camuflada pelos três poderes?

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Nossa (In) dependência


     Todo dia 7 de setembro comemoramos a independência do Brasil. Esta ocorreu em 1822, mas as articulações para o acontecimento se acirraram, principalmente após a vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808, pois com a chegada dos nobres lusitanos a colônia brasileira passou a ter mais autonomia.
     As explicações para essa autonomia giram em torno da dependência política e econômica que os portugueses tinham com os ingleses. Com o intuito de não perderem sua parceria comercial com a Inglaterra, D. João e sua turma resolveram se alojar em sua principal colônia, já que os franceses os pressionavam após o Bloqueio Continental. Foi assim que a família real portuguesa, junto com mais ou menos 15 mil nobres, fugiu para o Brasil. A partir daí, o cotidiano e a vida política e econômica tupiniquim iriam mudar.
     Agora o povo da colônia tinha que aprender a se comportar perante uma família de nobres. Outra mudança foi a presença inglesa em nossa economia e nos rumos políticos do Brasil. Os ingleses passaram a ser os maiores beneficiados após os Tratados de 1810 e a Abertura dos Portos às Nações amigas. Afinal, os britânicos financiaram e apoiaram a vinda dos portugueses para cá. Acham que seriam de graça? Algo queriam em troca não acham? Vamos relembrar o contexto histórico do período.
     A revolução francesa mudou os rumos políticos da Europa durante o século XIX. O exército napoleônico invadia países ainda regidos pelo Antigo Regime e impunha os valores liberais e burgueses. Porém, os ingleses possuíam uma marinha poderosa e uma posição geográfica privilegiada, dificultando a penetração dos inimigos.
     Foi aí que Napoleão resolveu golpear a Inglaterra. O Bloqueio Continental, decretado por Bonaparte, impedia qualquer país Europeu de comerciar com os ingleses, cujo intuito era sufocar economicamente seu oponente.
     Então, o objetivo dos ingleses em apoiar a ida dos portugueses ao Brasil era simples. Visavam explorar economicamente a colônia de Portugal. Despejar seus produtos industrializados, favorecimento fiscal e matéria-prima abundante foram algumas das benesses que os britânicos receberam neste contexto.
     Durante toda a história do Brasil fizemos um papel de colônia. Primeiro pelos portugueses, depois pelos ingleses e agora somos alvo de multinacionais e banqueiros internacionais. Infelizmente, continuamos a padecer desse mal. A autonomia de fato está longe de acontecer devido às imposições do neoliberalismo. Somente com uma política séria, compromissada com as questões sociais poderíamos vislumbrar uma mudança a médio ou longo prazo.
     Num país que viveu sob o autoritarismo durante tanto tempo ainda não se acostumou com a democracia, porém a união dos três poderes impede qualquer reação das massas no Brasil, pois o corporativismo favorece as elites políticas desse país, portanto o que nos resta?
     Mesmo pagando impostos exorbitantes no Brasil, seus conterrâneos participam de forma inibida das decisões políticas do país. O sistema de saúde carece de enormes reformulações, já que não atende adequadamente a maioria da população. A minoria, que possui recursos financeiros, migra para o sistema privado, onde enfrentam inúmeros problemas, dependendo do plano. O sistema educacional é vergonhoso. Há anos que o país acumula insucessos nos diversos exames e mesmo assim as autoridades (in)competentes não enxergam que para promover o real desenvolvimento de uma nação é necessário investir em educação, para não se tornar dependente de países que exportam tecnologia. Enquanto isso escândalos de corrupção se proliferam e os poderes executivo, legislativo e judiciário atuam de comum acordo para a manutenção das instituições vigentes. O que há de democrático nisso tudo? É esperar pra ver o desenvolvimento dessa nossa (in)dependência.



terça-feira, 27 de setembro de 2011

Pequenos Gestores, Grandes Negócios

     A educação no Brasil vem respirando por aparelhos há tempos. São salas de aula desestruturadas, sem climatização, sem material e recursos didáticos adequados, e, principalmente, com professores desestimulados e estressados, devido aos baixos salários e assédio moral promovido por alguns gestores.
     Além desses problemas, a educação se transformou num espaço eleitoreiro, onde muitos diretores agem para divulgar dados mentirosos do sistema educacional de nosso país. Isso mesmo. As salas de aula viraram fábricas, onde a meta principal é a produtividade. São números. São elevados graus de aprovação, mesmo que tais alunos não estejam aptos a serem aprovados. Muitos não podem nem serem aprovados em exames de fezes, pois são verdadeiros analfabetos.
     Daí vão as perguntas. Por que os professores seguiram com esse aluno? Por que não o reprovaram para poder tentar recuperar algo que se perdeu na série anterior? Por que a escola permitiu isso?
     Doa a quem doer, o objetivo são elevados percentuais de aprovação. Se o aluno não comparece? Invente nota. Se o aluno não faz avaliações? Procure-o. Se o aluno tumultuar, não quiser estudar? Aguente, pois os pais de tais indivíduos são importantes eleitores.
     Nossos alunos já perceberam o paternalismo que é o sistema educacional. São tutelados pelo Estado para serem seus maiores divulgadores de números fantasiosos. Escolas com 80% e 90% de aprovação. Diretores pressionando professores para esses números elevarem. Essa é a realidade de nossa educação.
     A formação do cidadão, a responsabilidade, a qualidade da educação são deixadas de lado em prol de vultosos índices que enganam o telespectador e a sociedade. A mudança desse quadro é difícil. Diria que é impossível, pois requer um conjugado de situações.  
     Investimentos maciços na área, salários compatíveis com um profissional com ensino superior, recursos e materiais abundantes e mudança de postura das secretarias educacionais são medidas que urgem.
     Todos esses escândalos envolvendo morte de alunos e professores refletem o atual momento que vivem os trabalhadores da educação. Vivem temerosos e estressados. Muitos bons colegas já deixaram a área. Outros vão deixar ou já estão deixando. Os piores estão procurando as salas de aula, piorando a qualidade da formação de nossos jovens. Enquanto não houver boa vontade política, a situação tende a piorar, assim logo logo chegaremos à barbárie.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Crise Neoliberal e Sofrimento Humano *

O balanço que faço de 2010 vai ser diferente. Enfatizo um dado pouco referido nas análises: o imenso sofrimento humano, a desestruturação subjetiva especialmente dos assalariados, devido à reorganização econômico-financeira mundial. Há muito que se operou a “grande transformação” (Polaniy), colocando a economia como o eixo articulador de toda a vida social, subordinando a política e anulando a ética. Quando a economia entra em crise, como sucede atualmente, tudo é sacrificado para salvá-la. Penaliza-se toda a sociedade como na Grécia, na Irlanda, em Portugal, na Espanha e mesmo nos USA em nome do saneamento da economia. O que deveria ser meio transforma-se num fim em si mesmo.
Colocado em situação de crise, o sistema neoliberal tende a radicalizar sua lógica e a explorar mais ainda a força de trabalho. Ao invés de mudar de rumo, faz mais do mesmo, colocando pesada cruz sobre as costas dos trabalhadores. Não se trata daquilo relativamente já estudado do “assédio moral”, vale dizer, das humilhações persistentes e prolongadas de trabalhadores e trabalhadoras para subordiná-los, amedrontá-los e, por fim, levá-los a deixar o trabalho. O sofrimento agora é mais generalizado e difuso afetando, ora mais, ora menos, o conjunto dos países centrais. Trata-se de uma espécie de “mal-estar da globalização” em processo de erosão humanística.
Ele se expressa por grave depressão coletiva, destruição do horizonte da esperança, perda da alegria de viver, vontade de sumir do mapa e até, em muitos, de tirar a própria vida. Por causa da crise, as empresas e seus gestores levam a competitividade até a um limite extremo, estipulam metas quase inalcançáveis, infundindo nos trabalhadores angústias, medo e, não raro, síndrome de pânico. Cobra-se tudo deles: entrega incondicional e plena disponibilidade, dilacerando sua subjetividade e destruindo as relações familiares. Estima-se que no Brasil cerca de 15 milhões de pessoas sofram este tipo de depressão, ligada às sobrecargas do trabalho.
A pesquisadora Margarida Barreto, médica especialista em saúde do trabalho, observou que ano passado, numa pesquisa ouvindo 400 pessoas, que cerca de um quarto delas teve ideias suicidas por causa da excessiva cobrança no trabalho. Continua ela: “é preciso ver a tentativa de tirar a própria vida como uma grande denúncia às condições de trabalho impostas pelo neoliberalismo nas últimas décadas”. Especialmente são afetados os bancários do setor financeiro, altamente especulativo e orientado para a maximalização dos lucros. Uma pesquisa de 2009 feita pelo professor Marcelo Augusto Finazzi Santos, da Universidade de Brasília, apurou que entre 1996 a 2005, a cada 20 dias, um bancário se suicidava, por causa das pressões por metas, excesso de tarefas e pavor do desemprego. Os gestores atuais mostram-se insensíveis ao sofrimento de seus funcionários, acrescentando-lhes ainda mais sofrimento.
A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de três mil pessoas se suicidam diariamente, muitas delas por causa da abusiva pressão do trabalho. O Le Monde Diplomatique de novembro do corrente ano denunciou que entre os motivos das greves de outubro na França, se achava também o protesto contra o acelerado ritmo de trabalho imposto pelas fábricas causando nervosismo, irritabilidade e ansiedade. Relançou-se a frase 1968 que rezava: “metrô, trabalho, cama”, atualizando-a agora como “metrô, trabalho, túmulo”. Quer dizer, doenças letais ou o suicídio como efeito da superexploração capitalista.
Nas análises que se fazem da atual crise, importa incorporar este dado perverso que é o oceano de sofrimento que está sendo imposto à população, sobretudo, aos pobres, no propósito de salvar o sistema econômico, controlado por poucas forças, extremamente fortes, mas desumanas e sem piedade. Uma razão a mais para superá-lo historicamente, além de condená-lo moralmente. Nessa direção caminha a consciência ética da humanidade, bem representada nas várias realizações do Fórum Social Mundial, entre outras.

*Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor. Amazonas Em Tempo, Manaus, 28 de Dezembro de 2010.
 

terça-feira, 26 de abril de 2011

Hipocrisia no País da Copa

     Hipocrisia é o mesmo que fingimento, portanto percebo que esse país está cada dia mais hipócrita. Conforme dados dos governos, tanto Estaduais, quanto no nível federal, educação, saúde, segurança, transporte público estão perfeitas.
     Os veículos de comunicações divulgam a melhoria na educação, o aumento do poder de compra do brasileiro, a melhoria na saúde. O país é mostrado para todos como uma democracia plena, que há a separação dos três poderes, dentre outras falácias. Porém, na realidade a educação só piora a cada ano, pois divulgam números enganosos, onde o objetivo é apenas aprovação e boas notas para os alunos, sem se preocuparem com estrutura física e bons salários para os educadores. Daí o alto índice de analfabetismo funcional em nosso país. Queria ver um político matricular seus filhos numa Escola Pública. Ou obrigarem os parlamentares a frequentarem o SUS.
     O que há no Brasil é uma demagogia sem vergonha, onde os três poderes agem para defenderem seus mútuos interesses. Aquilo que podia ser um instrumento para afastar corruptos da política nacional (Lei da Ficha Limpa) é adiado sob a justificativa de não ferirem a Constituição. Se esses mesmos se preocupassem tanto em não feri-la, talvez ela não estivesse tão abalada.
     Obras superfaturadas, Estádios construídos com dinheiro público, Elefantes Brancos. Esses serão os verdadeiros legados do Mundial para o povo brasileiro. Sem contar no atraso proposital, cujo intuito é elevar ainda mais os valores das obras, já que não há necessidade de licitação.
     Sabemos que a Copa do Mundo é o maior evento esportivo da sociedade atual, mexendo com o coração e o patriotismo de quase todo o planeta. Porém a Copa de 2014 terá uma peculiaridade. A excessiva corrupção. Não que isso seja uma exclusividade do Brasil, no entanto a impunidade, se não é invenção nossa, nós a aperfeiçoamos muito bem.
     Em São Paulo, os organizadores do mundial vão erguer novo Estádio, pois os interesses políticos com o clube dos Bambis não estavam sincronizados. No Rio de Janeiro temos o Estádio mais charmoso e importante do país. Pobre Maracanã. Há menos de três anos fechou as portas para as reformas do Pan. Já foram tantos remendos no ex-maior do mundo que perdi a conta.
     Depois de todo orçamento já aprovado, os cirurgiões do Maracanã resolveram condenar o teto do Estádio, fazendo com que a reforma ultrapassasse um bilhão de reais. Pobre povo brasileiro, bancando tantas obras que não poderão usufruir futuramente. Lembra aquela canção do Zé Ramalho “Tá vendo aquele Estádio moço, eu também trabalhei lá”.
     A situação de Natal é um atentado à inteligência humana. No Rio Grande do Norte temos times como o América e o ABC, que possuem seus próprios Estádios, porém o Governo Potiguar resolveu construir um outro para servir de palco para a Copa. Um verdadeiro Elefante Branco, pois os clubes já afirmaram que não o usarão devido aos altos custos de manutenção.
     Mas o caso mais absurdo e folclórico se encontra em Manaus. O Estádio Vivaldo Lima, antes palco de intensas batalhas entre Nacional e Rio Negro, hoje é o principal cenário do maior Campeonato de Peladas do Mundo. Isso mesmo. Lá se engalfinham o Unidos da Glória, Compensão, Unidos da Alvorada, dentre outros. Não que esses times não sejam importantes para o torneio, mas com todo o respeito, construir um Estádio no valor de R$ 500000,00 (até agora, pois a obra está engatinhando, logo os valores serão maiores) e não investir na alavancada (a médio prazo) do futebol amazonense é brincar com dinheiro público.
     O que está acontecendo no Amazonas é o mesmo que acontece nas 12 sedes da Copa. A preocupação desenfreada em construir, em satisfazer construtoras. A justificativa é sempre a mesma. A Copa servirá para desenvolver a cidade. Veja bem. A última Copa que ocorreu no Brasil foi há 60 anos. Ou seja, esse país do futuro terá que esperar mais 60 anos para se desenvolver? E quem pagará essa conta? Você ainda tem dúvida?
     Logo que a Copa foi definida no Brasil, poucos veículos de comunicações criticaram ou debateram o assunto. A maioria, incluindo todos os canais abertos da televisão brasileira, aplaudiu a escolha.
     Agora, com o Tribunal de Contas de alguns Estados lançando relatórios referentes aos atrasos nas obras, a grande imprensa resolveu divulgar os problemas trazidos pela Copa do Mundo.
     Muita ingenuidade daqueles que se embebedaram com a possibilidade de assistir o Mundial de perto. Este evento não é feito para todos. Uns comemoram com muito dinheiro na conta bancária e outros torcem para comemorar um possível título do Brasil, mas esses vão pagar caro por isso. 

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Economia na Educação

            O Amazonas é o 3◦ Estado que menos investe em educação no país. Os números comprovam a nossa debilidade educacional. Em concursos públicos, poucos são os nativos que são aprovados na disputa. O mesmo podemos dizer sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), onde as vagas dos principais cursos são preenchidas por candidatos de outros Estados.
            A média nacional dos investimentos em educação básica gira em torno de R$ 3000,00. O Estado de Roraima, por exemplo, destina mais de R$ 4000,00. Nadando contra a correnteza, o Amazonas aplica pouco mais de R$ 2000,00 de sua arrecadação.
            Agora o Governo amazonense resolveu cortar gastos públicos. Como em qualquer lugar regido pelo neoliberalismo, a tesoura vai ser usada na educação. Os catedráticos da Secretaria chegaram à conclusão que o turno noturno gera prejuízo. Com a evasão escolar a perda gira em torno de R$ 4000000,00 anuais.
            É mais fácil acabar com o turno da noite. Criar mecanismos que tornem a escola mais atrativa está fora de cogitação. A cada ano mais escolas fecham as portas no turno noturno e a sociedade se cala perante essa manobra.
            O ônus que traz um parlamentar para a nação não é debatida, nem contestada pela grande imprensa. Salários astronômicos, principalmente depois desse reajuste; verbas de gabinete; auxílio-paletó; auxílio-combustível; dentre outras regalias que somente esses abençoados podem se dar ao luxo de possuir neste país. Isso sim tem que ser abolido.
            Diga não às verbas de gabinete e às regalias recebidas por esses marajás. Por um país mais democrático e justo. Com menos privilégios aos membros da elite e uma maior distribuição de renda. Só assim viveremos num mundo mais harmônico, caso contrário vamos caminhar a passos largos para a barbárie.   
             

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Mais uma Aberração

Mais uma patifaria ganha destaque na política brasileira. Ex-governadores, que ocuparam o poder por no mínimo 4 anos, tem o direito a uma pensão vitalícia. Pensão essa que varia de 11 a 25 mil reais. Quando achamos que já vimos toda sordidez possível nesse país, nossos parlamentares inventam mais essa.     
            O descrédito na política nacional é inevitável frente a essas coisas absurdas. Parece que ainda vivemos sob o regime monárquico, onde a família real e os detentores de títulos de nobreza recebem uma atenção privilegiada.
            Que trabalhador doa tão pouco tempo de sua força de trabalho em troca de uma aposentadoria encorpada como esta? Nenhum. Apenas os escolhidos têm esse privilégio. Em sociedades como a nossa, alimentada pela ideologia calvinista, os iluminados são poucos.
            Na história da humanidade as mudanças estruturais que ocorreram nas sociedades foram regadas por muito sangue e luta. Os escravos, os camponeses, os índios, os operários, as mulheres. Todos tiveram que se organizar para provocarem alterações em suas vidas.
            Na Europa e nos Estados Unidos foi preciso o capitalismo se reformular para não despencarem. O Estado de Bem Estar Social amenizou inúmeros problemas e recolocou o consumismo do sistema em seu devido lugar. A economia precisava se locomover e foi necessária a ampla participação do Estado neste processo.
            No entanto, vivemos em tempos diferentes. O neoliberalismo, que promove o analfabetismo de países subdesenvolvidos está dominando este cenário. Se discutimos política, somos chatos. Se criticamos, somos inimigos do desenvolvimento.
            A sociedade está perdendo sua capacidade de se indignar. Tudo, mesmo sendo descarado, tem que ser aceito, pois a cultura da aceitação está sendo divulgada pelos homens que comandam nossa nação.
            Temos que aceitar um aumento salarial de R$16000,00 para parlamentares e um reajuste de R$35,00 para os trabalhadores. Temos que aceitar vereadores, deputados e senadores envolvidos em escândalos que suas próprias mães se envergonhariam. O pior, sem nenhuma punição. Temos que aceitar um sistema que privilegia única e exclusivamente a elite.
            Ainda tenho o poder de indignar-me. Por isso escrevo estas poucas linhas sobre o assunto. Sinto-me roubado a cada dia que vejo o quanto pagamos de impostos sem recebermos a devida atenção do Estado. Educação, saúde, segurança são desprezados. Nascemos num país com um potencial natural inigualável, com um orçamento trilionário, temos um povo trabalhador que mata um leão por dia para sobreviver.
            Camponeses, escravos e outros grupos que foram massacrados na história pegaram em armas para lutarem contra seus algozes. A necessidade faz o homem cometer crimes bárbaros. Um dia, toda esta violência ultrapassará as barreiras dos condomínios de luxo dos ladrões desta nação. Um dia, um dia.

Feudalismo e Absolutismo - Questões Objetivas

Feudalismo e Absolutismo 1. (Mackenzie) O florentino Nicolau Maquiavel (1469 - 1527) rompeu com a religiosidade medieval, estabelecendo...