domingo, 16 de janeiro de 2011

O Abandono da Educação no Amazonas

            Mais um ano se inicia e a ladainha é a mesma. A preocupação do poder público com o sistema educacional do país. Os discursos são sincronizados em afirmarem que uma sociedade só evolui através do investimento educacional, porém os números mostram que o Brasil não progride nesta área.     
            Os exemplos na história demonstram o que uma educação de qualidade pode proporcionar para os envolvidos. O fenômeno mais visível é o da Coréia do Sul, que em 40 anos erradicou o analfabetismo e pôs mais de 80% de seus jovens nas Universidades. Com investimentos maciços na educação básica, os asiáticos migraram da miséria para a prosperidade em menos de meio século.
            No entanto, essas mudanças só são possíveis em países sérios e que castigue incondicionalmente a corrupção. Infelizmente não é o caso do Brasil, pois aqui a impunidade já virou cultural e a aliança dos três poderes dificulta a punição dos corruptos.
            O curioso é que nossa educação vai de mal a pior e nossos governantes, de maneira mais cínica possível, vão à frente às câmeras divulgarem melhoras que apenas eles enxergam. Se a educação é tão boa assim, por que nenhum filho da burguesia estuda em escola pública? E os filhos de parlamentares e membros do Executivo e do Judiciário, por que não se matriculam nessas instituições?
            A resposta é simples e óbvia. Os pais querem o melhor para seus filhos. No ranking das 50 melhores escolas da região norte, apenas 9 se encontram no Amazonas. Desses números somente uma é pública, mesmo assim federal. Nenhuma instituição administrada pelo governo do Amazonas aparece na lista, demonstrando o quão está abandonado o sistema educacional no Estado.
            Escolas sucateadas, salas sem nenhuma condição de praticar o ensino-aprendizagem, professores desmotivados e com salários defasados. Essa é a verdadeira realidade da educação no Amazonas. O descaso é tamanho que o representante do Executivo Estadual anunciou um reajuste salarial para os educadores e não cumpriu, demonstrando a importância dessa categoria para o futuro do Estado.
            Infelizmente, com um sindicato pelego e que não representa os interesses dos educadores fica difícil a mudança estrutural desse sistema. Os professores continuarão trabalhando em precárias condições e com baixos salários. Enquanto isso, nossos parlamentares matricularão seus herdeiros nas melhores escolas privadas do Estado, pois como já havia dito “os pais querem o melhor para seus filhos”.

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